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A RETOMADA DO DIÁLOGO INSTITUCIONAL EM BH

Foto PBH


Por Dr. Wilson Campos

Os belo-horizontinos não elegeram representantes para se digladiarem por vaidades ou procederem como políticos imaturos e despreparados. A missão é outra e começa pelo respeito à tradição da política mineira, sempre hábil no diálogo, na conciliação e no entendimento.

O novo prefeito de Belo Horizonte, até então vice, Fuad Noman, empossado pela Câmara Municipal no último dia 29, assumiu o mandato, que vai até 31 de dezembro de 2024.

A prefeitura levantou bandeira branca na relação com a Câmara Municipal. Fuad disse aos vereadores que as portas do seu gabinete estarão sempre abertas para o diálogo e para reforçar parcerias em benefício do povo e da cidade.

A expectativa para a gestão do novo prefeito é no sentido de que os chamados “gabinetes do ódio”, que tanto tumultuaram a política na capital, mas não carregaram os sinetes da eternidade, sejam agora gabinetes da convergência de ideias, de discussões proativas e de entendimento republicano.

Em tempos de crises política, econômica e sanitária, os cuidados são muitos, e um deles é o cumprimento do dever do prefeito e dos vereadores, para que estejam unidos na defesa dos interesses da coletividade. A retomada do diálogo institucional em BH foi uma medida acertada, mas há muito mais por fazer. A cidade tem acumulado problemas e postergado soluções.

A outrora Cidade Jardim está sem brilho e muito suja em suas ruas, calçadas, praças e lugares ainda possíveis de transitar. A sujeira está espalhada pelo centro e pelos bairros, numa declarada guerra de pouca ou nenhuma civilidade, de pouca ou nenhuma gestão municipal.

Fuad vai precisar arregaçar as mangas e trabalhar muito para realizar sua promessa de “fazer uma cidade mais bonita, mais agradável, com bons serviços públicos”. O cenário hoje é de uma cidade sem harmonia, malcuidada, com lixo acumulado, mato nos canteiros centrais e péssima iluminação noturna.

Além de empresas falidas e lojas fechadas em razão do “fique em casa”, a cidade tem os maiores de todos os problemas, que são: milhares de pessoas em situação de rua, enchentes e inundações, trânsito caótico, transporte coletivo caro e ruim, violência crescente e insegurança nas ruas.

Também vale registrar os problemas graves de descuido com os parques e áreas verdes. A lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da capital e Patrimônio da Humanidade, exala mau cheiro pelo esgoto que recebe e está imensamente poluída. De nada servem a beleza da lagoa e os atrativos da Pampulha se o odor desagradável expulsa turistas e visitantes.

Sem fechar a lista de urgências da cidade, que é enorme, cumpre almejar que a retomada do diálogo entre as instituições seja apenas o primeiro passo de muitos que serão dados em prol de uma BH mais humana, inclusiva, sustentável, cidadã, limpa, bela e bem-cuidada.

Portanto, ao trabalho, senhor prefeito e senhores vereadores, e boa sorte!

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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