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GOVERNANTES, SEM EXCEÇÃO, CORTAM VERBA DA EDUCAÇÃO

Por Dr. Wilson campos


Sem qualquer intenção de nomear culpados da esquerda, do centro ou da direita, o que se vê por parte dos governantes é uma natural tendência pelo corte de recursos na área da educação.

Enquanto países como Coreia do Sul e Finlândia são exemplos de como revolucionar positivamente o sistema de ensino e se destacar nos rankings mundiais de qualidade em educação, o Brasil se perde em cortes e contingenciamentos, deixa de valorizar o professor, não incentiva a efetiva participação da comunidade na escola e não se esforça para melhorar a gestão dos recursos.

Assim como o Brasil, a Finlândia investe 6% do PIB em educação e passou por uma transformação desde os anos 70. Mas lá os resultados foram bem diferentes. Note-se que a Finlândia está entre os campeões no índice de leitura da Europa, com 14 livros lidos por pessoa ao ano. Já no Brasil, segundo o Instituto Pró-Livro, a média é de 2,43 livros por ano.

O baixo índice de leitura é uma de nossas mazelas históricas e aponta para o empobrecimento dos debates. Por óbvio, o repertório amplo de leituras contribui para o amadurecimento do espírito crítico do cidadão. Ora, o cidadão não pode e não deve se deixar levar pela preguiça ou pela ignorância, mesmo porque o processo da leitura é civilizador.

Tornou-se comum no Brasil dizer que os governos querem o povo sem conhecimento, sem estudo e sem cultura, para facilmente manipular e torcer sua vontade de reivindicar melhorias e de participar do controle social. Porém, o Brasil avançou nos últimos 30 anos em termos de cidadania, reduziu o número de analfabetos e viu crescer de forma relevante o percentual de eleitores, mas isso é pouco diante do muito que se pode conquistar.



A rigor, o brasileiro precisa se livrar das amarras da tragédia da educação, que sempre foi, em todos os governos, sem exceção, pavimentada pelo descaso das autoridades federais, estaduais e municipais. Ademais, o cidadão precisa reagir diante do caos na educação, que se avoluma em razão da irresponsabilidade política, das fraudes em licitações de merenda escolar, das escolas sem a mínima estrutura e de professores malremunerados.


Mudar o rumo é preciso. O futuro do país está na educação. Estimular o interesse pela leitura, ciências, tecnologia, engenharia e empreendedorismo pode ser o início para conquistar um lugar entre os cinco países mais inovadores do mundo e, consequentemente, garantir a formação de uma mão de obra excelentemente qualificada.


Não mais é possível apenas cogitar possibilidades cidadãs de aprender e conhecer, necessárias e imprescindíveis para o crescimento intelectual, mas sair da inércia e cobrar efetivo acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação, e isso não pode ser um sonho ou promessas e falsas retóricas de campanha, mas um direito do cidadão.

E a lição que fica para os governantes, sem exceção, que cortam verbas da educação é a imortal frase de Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”.




Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG).

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