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OS TRÊS PODERES E O FUTURO POLÍTICO DO BRASIL

Foto Ag.Brasil


Por Dr, Wilson Campos

Sem a menor pretensão de fazer uma análise política e institucional do Brasil, mas preocupado com o futuro da nossa nação - assim como a maioria da população -, desejo muito ver mudanças positivas, notadamente voltadas para o bem da coletividade e de forma a permitir ao cidadão uma vida digna e honrada. Mas, sem esconder os fatos, a realidade é que vivemos dias sombrios.

A sociedade está revoltada com a incapacidade dos Três Poderes de exercerem pacificamente suas funções, competências e prerrogativas. Muito da polarização nas redes sociais, nos debates, nos discursos e nas campanhas eleitorais é devido ao fanatismo partidário de uns e ao interesse individual de outros. O coletivo não é pensado e muito menos privilegiado.

O mau exemplo surgido das entranhas dos Três Poderes se multiplica. A verborragia agressiva cresce na medida que se aproximam as eleições. Muitos indivíduos que defendem “bandeiras” de candidatos, nem mesmo sabem das propostas ou conhecem seus programas de governo. Aliás, exceto pela vaidade de estar na mídia, os políticos não têm uma causa específica e bem desenhada pela qual lutar. Querem esbravejar, acusar sem provas, discutir sem conhecimento e jogar para a plateia.

Enquanto os Três Poderes medem força e dão mostras claras dos seus erros diante da Constituição da República, o eleitor decide seu voto de maneira emocional, seja influenciado pelas pesquisas eleitorais, sujeitado para manter cargo público, acossado pela militância alienada e sectarista ou até mesmo por dinheiro e alimento.

Ou seja, se as “instituições democráticas” não servem de espelho e não indicam um caminho seguro, o eleitor segue seu instinto, decide com emoção, e não com razão, dispensa o indispensável, e vota com o fígado e não com o cérebro, sem saber se o candidato escolhido é idôneo, honesto, ético, trabalhador, ficha limpa e se tem boas ideias para administrar o país.

A quatro meses das eleições, os eleitores não conhecem os projetos econômicos dos candidatos à Presidência da República, nem sequer as metas sociais a serem atingidas para a redução da pobreza e das desigualdades. Daí a culpa do Legislativo e do Judiciário, que se digladiam em público, tergiversam e não determinam um padrão mínimo de programa de governo sujeito a cobrança posterior dos eleitos.

Graças à deterioração das relações diplomática e institucional dos Três Poderes, os cidadãos não conseguem enxergar seus direitos políticos em perspectivas mais amplas, começando pela informação que os capacite para melhor escolher um candidato que não seja uma ficção. Ora, cabe aos legisladores e aos aplicadores da lei criar parâmetros para boas propostas de governo e exigir seu cumprimento, de forma que os eleitores possam conhecer os planos dos respectivos postulantes.

Até que os Três Poderes reconsiderem, trabalhem mais e desrespeitem menos, resta aos brasileiros rezar e pedir a Deus eleições limpas e um futuro melhor para todos. E não se esqueçam que agora o povo fiscaliza mais de perto as ações políticas, e se as instituições retrocedem, a cidadania avança.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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